quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Fidel Castro



 Falar desta personalidade política é-me qualquer coisa de pessoal e é um tema que não gosto muito de abordar - pelo simples facto de ter conduzido o país onde nasci desde 1959 até 2008. Sim, 49 anos sob um regime de tipo de Esquerda, marxista-leninista, Comunismo/Socialismo.
É com alguma pena que ouço muitas vezes falar deste homem de forma um tanto desagradável. Eu não sou a favor dele, mas também não sou contra. Compreendo muitos dos seus actos e repudio outros tantos – mas, ao contrário do que se poderá pensar, Cuba não é uma ditadura na própria acepção da palavra. Tampouco é um Estado totalitário, aliás, para entender o que é de facto Cuba é preciso ter lá estado. É o meu objectivo portanto, desmitificar toda a ideia preconcebida sobre o meu país e enfim, sobre algo da sua história.
Em 1959 triunfa a Revolução Cubana. Fidel Castro e o seu companheiro Ernesto “Ché” Guevara, põe fim à ditadura (esta sim) de Fulgencio Batista. É então que Cuba ganha a sua independência política face aos EUA da qual era seu protectorado.
Sucederam-se vários episódios nos anos seguintes, um dos mais importantes a Guerra Fria na qual Fidel teve um papel significativo. Foi durante este período que Cuba estabeleceu grandes relações económicas com a URSS e com o fim desta viu-se fragilizada pois perdera o seu grande aliado económico e, para piorar a situação cubana, os Estados Unidos da América impuseram a Cuba um embargo: o bloqueio económico – até aos dias de hoje o meu país encontra-se impossibilitado de fazer qualquer troca comercial com qualquer país do mundo. Mas porquê se poderão perguntar vocês…É muito fácil de perceber: a tentativa dos EUA, desde sempre, de tentar destruir qualquer vestígio do Comunismo explica isso.
Fidel Castro não terá sido o melhor “ditador” que existiu…Nenhum ditador em sua plena consciência dotaria o seu povo de uma educação livre, sem moldes rígido e de enquadramento de massas; nenhum ditador colocaria o seu país nos lugares cimeiros com taxas de alfabetização de 99.8%; nenhum ditador daria educação e saúde grátis a toda a população sem distinção; nenhum ditador se importaria em dar valor aos recursos humanos como fez este “ditador”; nenhum ditador defenderia os Direitos Humanos: de viver com dignidade, de ter educação e saúde, de ter um pão todos os dias na mesa, de ter uma casa própria, de ter a menor taxa de mortalidade infantil das Américas e do mundo, de erradicar o analfabetismo e a desnutrição infantil, do tratamento gratuito de mais de 124 mil vítimas do acidente nuclear de Chernobyl, da participação directa na luta pelo fim do Apartheid na África do Sul, do treino de médicos do Timor Leste, entre outros…
Sim, a certo ponto ele deveria ter parado. Sim, a certo ponto ele deveria ter recuado. Sim é verdade, ele levou o Comunismo e o Socialismo ao extremo…sim, e não estou contente por isso. Estou contente por ser Cubano com C grande. Estou contente porque o Índice de Desenvolvimento Humano do meu país é um dos mais altos do mundo. Mas também estou triste, acho que alguns direitos de liberdade de expressão foram omitidos no meio disso tudo e digo-o porque sou bastante falador ahaha.
Fidel Castro ganhou o Prêmio Olivo da Paz do Conselho Mundial da Paz em 2011 pela coexistência pacífica entre as nações e por ser uma personalidade que contribuiu para o desarmamento.

Fidel Castro Ruz nasceu a 13 de Agosto de 1926.

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