Falar desta personalidade política é-me qualquer coisa de
pessoal e é um tema que não gosto muito de abordar - pelo simples facto de ter
conduzido o país onde nasci desde 1959 até 2008. Sim, 49 anos sob um regime de tipo
de Esquerda, marxista-leninista, Comunismo/Socialismo.
É com alguma pena que ouço muitas vezes falar deste homem
de forma um tanto desagradável. Eu não sou a favor dele, mas também não sou
contra. Compreendo muitos dos seus actos e repudio outros tantos – mas, ao
contrário do que se poderá pensar, Cuba não é uma ditadura na própria acepção
da palavra. Tampouco é um Estado totalitário, aliás, para entender o que é de
facto Cuba é preciso ter lá estado. É o meu objectivo portanto, desmitificar
toda a ideia preconcebida sobre o meu país e enfim, sobre algo da sua história.
Em 1959 triunfa a Revolução Cubana. Fidel Castro e o seu
companheiro Ernesto “Ché” Guevara, põe fim à ditadura (esta sim) de Fulgencio
Batista. É então que Cuba ganha a sua independência política face aos EUA da
qual era seu protectorado.
Sucederam-se vários episódios nos anos seguintes, um dos
mais importantes a Guerra Fria na qual Fidel teve um papel significativo. Foi
durante este período que Cuba estabeleceu grandes relações económicas com a
URSS e com o fim desta viu-se fragilizada pois perdera o seu grande aliado
económico e, para piorar a situação cubana, os Estados Unidos da América
impuseram a Cuba um embargo: o bloqueio económico – até aos dias de hoje o meu
país encontra-se impossibilitado de fazer qualquer troca comercial com qualquer
país do mundo. Mas porquê se poderão perguntar vocês…É muito fácil de perceber:
a tentativa dos EUA, desde sempre, de tentar destruir qualquer vestígio do
Comunismo explica isso.
Fidel Castro não terá sido o melhor “ditador” que existiu…Nenhum
ditador em sua plena consciência dotaria o seu povo de uma educação livre, sem
moldes rígido e de enquadramento de massas; nenhum ditador colocaria o seu país
nos lugares cimeiros com taxas de alfabetização de 99.8%; nenhum ditador daria educação
e saúde grátis a toda a população sem distinção; nenhum ditador se importaria
em dar valor aos recursos humanos como fez este “ditador”; nenhum ditador
defenderia os Direitos Humanos: de viver com dignidade, de ter educação e
saúde, de ter um pão todos os dias na mesa, de ter uma casa própria, de ter a menor
taxa de mortalidade infantil das Américas e do mundo, de erradicar o
analfabetismo e a desnutrição infantil, do tratamento gratuito de mais de 124
mil vítimas do acidente nuclear de Chernobyl, da participação directa na luta
pelo fim do Apartheid na África do Sul, do treino de médicos do Timor Leste,
entre outros…
Sim, a certo ponto ele deveria ter parado. Sim, a certo
ponto ele deveria ter recuado. Sim é verdade, ele levou o Comunismo e o
Socialismo ao extremo…sim, e não estou contente por isso. Estou contente por
ser Cubano com C grande. Estou contente porque o Índice de Desenvolvimento
Humano do meu país é um dos mais altos do mundo. Mas também estou triste, acho
que alguns direitos de liberdade de expressão foram omitidos no meio disso tudo
e digo-o porque sou bastante falador ahaha.
Fidel Castro ganhou o Prêmio Olivo da Paz do Conselho
Mundial da Paz em 2011 pela coexistência pacífica entre as nações e por ser uma
personalidade que contribuiu para o desarmamento.
Fidel Castro Ruz nasceu a 13 de Agosto de 1926.
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